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Empresa catarinense, focada em relações governamentais, completa 10 anos este mês e celebra expansão à região Sul do país

Empreender no Brasil requer muita força, fé e coragem. E algumas atividades exigem ainda mais persistência. O profissional de Relações Governamentais e Institucionais, Edgard Usuy, sabia disso em julho de 2012. Foi quando fundou, em Florianópolis, a Integra Relgov. Uma empresa especializada em mediar interesses do poder público e da sociedade, agregando informações à construção de políticas públicas, edição de normativos, portarias e decretos em diversas áreas de interesse comum. 

O negócio encontrou solo fértil na região Sul do país e expandiu as fronteiras. Atualmente, também atua nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, além de Brasília. Nesta semana, quando a empresa completa 10 anos de fundação, Edgard relembrou o cenário político do Brasil, na época em que decidiu empreender. Os motivos que o fizeram identificar a necessidade de profissionais de relações governamentais, atuando fora da Capital Federal, também foram recordados.

O CEO, da Integra Relgov, contou sobre as mudanças mais impactantes ao longo da trajetória da empresa; a presença cada vez maior da tecnologia na atividade; a ampliação dos serviços e a importância da conscientização da sociedade, a respeito da atuação das relações governamentais para o desenvolvimento do país.

Confira os detalhes a seguir:

Como a Integra Relgov chega aos seus 10 anos? Qual é a sua avaliação?

A Integra chega como nunca esteve, no sentido de profissionalismo, reconhecimento e de crescimento. É motivo de muito orgulho alcançar estes 10 anos. No Brasil, nós temos uma quantidade expressiva de empresas que não conseguem chegar a essa comemoração. E a gente tem esse pioneirismo aqui no Sul, isso nos orgulha. O sentimento é de felicidade. Só não posso dizer que seja de dever cumprido, porque tem muito dever pela frente ainda. A Integra completa os seus primeiros 10 anos, de muitos que virão pela frente. Olhar para trás e saber que estamos construindo uma história de transparência, credibilidade e de boa reputação, nos dá segurança para seguir. E, acima de tudo, saber que estamos ajudando a elaborar políticas públicas para melhorar, lá na ponta, a qualidade de vida das pessoas.

Qual era o panorama do país quando a Integra iniciou as suas atividades? Em sua análise, como especialista em relações governamentais, o que mais mudou de lá até aqui?

O panorama era o seguinte: estávamos no governo da Dilma e o ambiente político vinha bem estremecido. No ano anterior, sete ministros acusados de corrupção e afins haviam caído. Eu lembro que isso me chamava muito a atenção, de como era necessário jogar luz na relação entre poder público e sociedade para que fosse transparente e evitasse atividades não republicanas. Escândalos de corrupção não foram exclusivos daquela época. Isso permeia, infelizmente, a história do Brasil. Mas eu lembro de ter um sentimento de que algo precisava ser feito. O presidente do STF – Supremo Tribunal Federal -, era o ex-ministro Joaquim Barbosa e ele se apresentava batendo de frente com a corrupção. Também, naquela época, a Lei da Ficha Limpa estava sendo construída. Assim, nós víamos que o cenário favorecia o que estávamos nos propondo a fazer: auxiliar, de forma íntegra e técnica, o diálogo entre sociedade e o poder público. Percebemos que essa relação, nas esferas estadual e municipal, principalmente, era carente de técnicos. Foi o principal fator que nos levou a tomar a decisão de fundar a Integra Relgov. 

Já como especialista em relações governamentais, o que mudou de lá para cá, foi principalmente a pressão social. Movimentos aconteceram no meio do caminho, maior possibilidade de uso de tecnologias para garantir transparência, accountability, mais possibilidade de acompanhamento e monitoramento das ações do Governo. Hoje as pessoas acompanham quem são os Ministros, quem é o STF, o que se faz no Congresso. Eu percebo que há muito mais luz e muito mais olhares focados nas ações públicas. E também muito mais dispositivos que ajudam a fazer essa cobrança, essa fiscalização das atividades.

As mutações no mercado, por vezes, impactam na dinâmica dos negócios. Desde a sua fundação, a Integra precisou implementar alguma adaptação importante? Teve algum ajuste de rota?

Acho que o principal impacto foi o uso da tecnologia. Quando a Integra começou, não tinha recursos tecnológicos para fazer o monitoramento das atividades do poder público, por exemplo. Como a gente costuma dizer, era tudo feito à unha. Usávamos excel e word, fazíamos a impressão das pautas e pareceres, nós organizávamos uma pasta recheada de papéis para acompanhar as reuniões das comissões, do plenário e fazer o trabalho nos gabinetes. Então, acho que a principal mudança foi a velocidade com que temos a informação hoje. Precisamos nos ajustar porque, se a informação passou a chegar de forma mais rápida, a resposta também precisou ser mais veloz. Hoje a Integra tem muito mais estrutura e muito mais dinamismo interno, além de contar com uma equipe maior para fazer o trabalho. A principal mudança é essa, da tecnologia, de conseguir dar esse retorno rápido à organização que estamos representando. Tecnologia para mapeamento dos stakeholders, tecnologia para acompanhamento de notícias, tecnologia para monitorar processos legislativos, para atos do poder executivo. Isso foi o que mais impactou a nossa empresa, de lá para cá. Arrisco-me a dizer que a Integra está se tornando uma relgovtech.

Poderia citar alguns desafios superados ao longo do caminho?

O principal desafio, talvez, ainda não tenha sido totalmente superado. É o de mostrar às pessoas da ponta, ao cidadão comum, o que é o trabalho de relações governamentais, para que serve e o tamanho da importância da atividade. De quebra, apresentar como a Integra faz de maneira transparente, baseada na Lei. Sempre que possível, realizamos palestras nas universidades, conversamos com setores da sociedade, buscamos o máximo desmistificar o que fazemos. O Estado só existe para a sociedade e a sociedade não pode ficar distante dele. Porém, sabemos da complexidade, da dificuldade de relacionamento com o governo. Então, os agentes de relações governamentais se apresentam como especialistas em governo, para fazer essa conexão entre a sociedade e o poder público.

Como espera que a empresa seja quando atingir a marca dos 20 anos? Quais são as projeções para o futuro?

O principal objetivo é seguir construindo e fortalecendo a nossa estrutura, nossa eficácia e nossa reputação, pois são a base para a nossa prosperidade. Além disso, estamos bastante ligados em comunicação e, principalmente, em tecnologia. Sabemos que as empresas que não se tornarem tecnológicas vão sofrer muito. Daqui a 10 anos, quando atingirmos a marca dos 20 anos, eu imagino a Integra com boa atuação em outras regiões do país e ainda com foco principal no subnacional, ou seja, nos estados e nos municípios. As políticas públicas também precisam ser feitas com qualidade na ponta, na base da pirâmide, no dia a dia, na vida real. Espero ainda, que na comemoração dos nossos 20 anos, tenhamos conseguido formar mais gerações de agentes de relações governamentais dentro da empresa. Que possamos olhar para trás e ainda sentir o mesmo sabor do orgulho da nossa história que sentimos hoje, aos 10 anos.

Teremos algo para marcar estes 10 anos?

Em breve, vamos lançar a nova cara da nossa marca. O nosso site também está sendo reestruturado para comemorar esse marco de 10 anos da empresa.

Gostaria de acrescentar algo mais?

Nesses 10 anos a Integra extrapolou os limites de Santa Catarina, onde foi fundada. Hoje temos atuação em outros estados, inclusive com time para apoiar nossos clientes in loco. Atendemos organizações nacionais e multinacionais e de vários setores, em assuntos municipais, estaduais e federais. Por conta disso, temos a oportunidade de contribuir com decisões dos mais diversos temas e de impactos relevantes na sociedade. Se, lá no início, o nosso propósito era contribuir com a elaboração das políticas públicas e, dessa forma, fazer a diferença, entendo que estamos conseguindo. 

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“Atraso no cronograma do 5G beneficiará municípios que ainda não organizaram as suas legislações”, aponta especialista

O adiamento da chegada do 5G às capitais do Brasil de julho para setembro “é uma oportunidade para os municípios, que ainda não deram início a sua estruturação, se organizarem para receber o Sinal”. Essa é a avaliação do CEO da Integra Relações Governamentais, Edgard Usuy, sobre a possível prorrogação da instalação da Rede, divulgada esta semana pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações.

Na última quarta (11) a Agência divulgou que o grupo técnico, formado pela Anatel e operadoras de telecomunicações, pediu a prorrogação de 60 dias para o cumprimento do prazo de ativação de 1 estação radiobase 5G para cada 100 mil habitantes. Se a solicitação for aprovada pelo Conselho Diretor da Agência, todo o cronograma de instalação da rede 5G será afetado no país.

Especialista em Relações Governamentais, Edgard Usuy, acompanha de perto a articulação de municípios catarinenses que já deram o pontapé inicial para a chegada da Rede. Além de Florianópolis (que já tem a Lei aprovada), ele cita Criciúma, Lages, Garopaba e Chapecó como alguns dos municípios no Estado que já realizaram audiências públicas para discutir a legislação municipal.

Mesmo assim, segundo Usuy, muito ainda precisa ser feito para que essas cidades estejam prontas no momento em que a estrutura técnica do sinal for disponibilizada pelas operadoras que venceram o leilão.

“Esse atraso no cronograma é um fôlego para que os municípios possam analisar as suas legislações e adequá-las à Lei Geral das Antenas. A esmagadora maioria das cidades catarinenses ainda não deu nenhum passo rumo à inovação, o que pode atrasar ainda mais a chegada do 5G e impactar em seu desenvolvimento, já que a previsão é que o novo sinal torne estas cidades mais atrativas aos negócios”, alerta.

O edital do leilão do 5G determina que as capitais do país recebam a ativação do sinal até 31 de julho, com uma estação para cada 100 mil habitantes. Após atender as capitais, o cronograma tem como critério o volume de habitantes das cidades beneficiando sucessivamente cidades com 500 mil, 200 mil, 100 mil, para só então chegar aos municípios com menor população. Se o Conselho Diretor da Anatel concordar com o pedido, todo esse cronograma será postergado.

Mas Usuy destaca que a agilidade dos municípios, na preparação da sua legislação, também poderá influenciar na sequência do cronograma inicial.

“Ainda assim, mesmo que atenda ao critério de volume de habitantes, se a cidade não oferecer segurança jurídica à operadora, o sinal deixará de ser ativado. Daí a importância de os municípios fazerem a sua lição de casa.”, adianta.

O pedido de prorrogação foi justificado pela Anatel por uma impossibilidade de adquirir, dentro do prazo necessário, os filtros que deverão ser implementados para evitar a interferência do 5G nos serviços profissionais de satélite.