“Atraso no cronograma do 5G beneficiará municípios que ainda não organizaram as suas legislações”, aponta especialista

“Atraso no cronograma do 5G beneficiará municípios que ainda não organizaram as suas legislações”, aponta especialista

O adiamento da chegada do 5G às capitais do Brasil de julho para setembro “é uma oportunidade para os municípios, que ainda não deram início a sua estruturação, se organizarem para receber o Sinal”. Essa é a avaliação do CEO da Integra Relações Governamentais, Edgard Usuy, sobre a possível prorrogação da instalação da Rede, divulgada esta semana pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações.

Na última quarta (11) a Agência divulgou que o grupo técnico, formado pela Anatel e operadoras de telecomunicações, pediu a prorrogação de 60 dias para o cumprimento do prazo de ativação de 1 estação radiobase 5G para cada 100 mil habitantes. Se a solicitação for aprovada pelo Conselho Diretor da Agência, todo o cronograma de instalação da rede 5G será afetado no país.

Especialista em Relações Governamentais, Edgard Usuy, acompanha de perto a articulação de municípios catarinenses que já deram o pontapé inicial para a chegada da Rede. Além de Florianópolis (que já tem a Lei aprovada), ele cita Criciúma, Lages, Garopaba e Chapecó como alguns dos municípios no Estado que já realizaram audiências públicas para discutir a legislação municipal.

Mesmo assim, segundo Usuy, muito ainda precisa ser feito para que essas cidades estejam prontas no momento em que a estrutura técnica do sinal for disponibilizada pelas operadoras que venceram o leilão.

“Esse atraso no cronograma é um fôlego para que os municípios possam analisar as suas legislações e adequá-las à Lei Geral das Antenas. A esmagadora maioria das cidades catarinenses ainda não deu nenhum passo rumo à inovação, o que pode atrasar ainda mais a chegada do 5G e impactar em seu desenvolvimento, já que a previsão é que o novo sinal torne estas cidades mais atrativas aos negócios”, alerta.

O edital do leilão do 5G determina que as capitais do país recebam a ativação do sinal até 31 de julho, com uma estação para cada 100 mil habitantes. Após atender as capitais, o cronograma tem como critério o volume de habitantes das cidades beneficiando sucessivamente cidades com 500 mil, 200 mil, 100 mil, para só então chegar aos municípios com menor população. Se o Conselho Diretor da Anatel concordar com o pedido, todo esse cronograma será postergado.

Mas Usuy destaca que a agilidade dos municípios, na preparação da sua legislação, também poderá influenciar na sequência do cronograma inicial.

“Ainda assim, mesmo que atenda ao critério de volume de habitantes, se a cidade não oferecer segurança jurídica à operadora, o sinal deixará de ser ativado. Daí a importância de os municípios fazerem a sua lição de casa.”, adianta.

O pedido de prorrogação foi justificado pela Anatel por uma impossibilidade de adquirir, dentro do prazo necessário, os filtros que deverão ser implementados para evitar a interferência do 5G nos serviços profissionais de satélite.

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