No Brasil, a estimativa é de que 20 milhões de pessoas têm algum tipo de doença renal. Um número que vem crescendo nos últimos anos e coloca a doença renal entre as 10 principais causas de mortes no país, em torno de 2,4 milhões por ano.
A pandemia da COVID-19 contribuiu para o aumento desses números, sendo que uma pessoa que foi infectada pelo Covid-19 apresenta a probabilidade de cerca de 35% maior de desenvolver algum tipo de declínio da função renal do que os pacientes não infectados pelo Covid-19.
Embora seja uma doença grave, pode ser prevenida e tratada. “O estilo de vida das pessoas está relacionado diretamente à prevenção: alimentação saudável, ingestão de água, prática de atividade física, combate ao tabagismo, e o controle da glicemia e pressão são fundamentais. Evitar alimentos ultraprocessados é uma orientação para evitar as doenças renais”, comenta a médica Elisangela Biazoto Massa, médica nefrologista, responsável técnica pelo serviço de transplante renal no hospital Marieta.
Além disso, o Sistema Único de Saúde oferece à população dois tipos de exames que auxiliam no diagnóstico precoce dessa doença: o parcial de urina e a dosagem de creatinina no sangue. Inclusive, a realização desse exame é tema da campanha nacional da Sociedade Brasileira de Nefrologia deste ano:
“Saúde dos Rins (& Exame De Creatinina) para todos: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”.
Por ser silenciosa, a doença renal acaba sendo diagnosticada tardiamente, na maioria das vezes quando o paciente já está com perdas significativas do funcionamento dos rins. O diagnóstico na fase inicial, é imprescindível para a resposta do tratamento, principalmente em pessoas com hipertensão, diabetes, histórico familiar de doença renal crônica e com idade avançada, principais grupos de risco e com maior chance de ter a doença.
Em Santa Catarina, o Hospital Marieta Konder Bornhausen é referência para tratamento renal e transplante de rim. O primeiro transplante renal foi realizado em 2018 na unidade hospitalar e desde então, já foram realizados 82 transplantes sendo que atualmente mais de 130 pacientes estão em preparo nesse hospital para receber um transplante de rim.
Outras alternativas de tratamento são a diálise peritoneal e a hemodiálise. As duas juntas totalizam mais de 300 atendimentos por mês, sendo que no último ano o hospital realizou em torno de 3800 sessões de hemodiálise para tratamento de pacientes internados por complicações renais.
A estrutura de atendimento é composta de aparelhos e equipe multidisciplinar especializada e capacitada para o tratamento de todas as doenças renais.