Valor das parcelas de imóveis em construção deve estabilizar após período de alta

Valor das parcelas de imóveis em construção deve estabilizar após período de alta

Dado é positivo para quem pretende investir na aquisição de imóvel na planta e se deve a consolidação dos preços dos materiais e serviços ligados à construção civil

 

Quem investiu num apartamento em fase de construção, no último ano, observou de perto a variação no preço das prestações do imóvel. A elevação do CUB – Custo Unitário Básico da Construção Civil, um dos índices que é utilizado para calcular o reajuste das parcelas durante a fase de construção de um empreendimento, foi decorrente do aumento nas despesas básicas da construção civil, alavancado pela pandemia. 

 

A boa notícia é que a variação do CUB médio já vem se normalizando no Estado. Dados divulgados pelo Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis, que são usados como referência para todo o Estado de Santa Catarina, mostram que o valor do CUB médio por metro quadrado, em janeiro de 2022, é de R$2.428,10. O índice apresentou uma variação de 0,52% em relação ao mês anterior, sendo que acumulou uma alta de 15,74% nos últimos 12 meses. 

 

O corretor de imóveis Rodrigo Penteado afirma que com a estabilização de estoques de matéria-prima e mão de obra, a expectativa do mercado é que esta variação anual fique em torno de 8%, tornando o momento mais propício para adquirir um imóvel na planta.

 

“A tendência é que neste ano o aumento seja mais linear e bem menor que o registrado no ano passado. Esse fator ajuda quem está comprando imóvel em fase de construção porque a correção mensal da parcela é bem menor e o consumidor consegue se planejar melhor com este custo, assim como quem adquire com o intuito de investir, também obtém um lucro maior”, justifica.

 

Para se ter uma ideia, conforme histórico registrado pelo Sinduscon, em dezembro de 2020, a variação mensal do CUB médio chegou a atingir 2’63% no Estado. A queda no índice vem sendo percebida desde outubro de 2021, quando a variação do CUB médio registrou 0’98% em Santa Catarina. Nos meses seguintes, novembro e dezembro, caiu para 0’94% e 0’50%, respectivamente. Deste modo, a variação mensal registrada para janeiro de 2022, de 0’52%, confirma uma tendência de estabilização no cálculo, se comparada aos meses anteriores. 

 

Entenda porque a variação foi tão alta

 

A mudança de comportamento do consumidor, gerada com o início da pandemia global, foi um dos grandes fatores que impactou no setor da construção civil, conforme explica Penteado. Segundo o especialista, ao passar mais tempo em casa, muitas famílias decidiram reformar, ampliar e executar reparos no imóvel. Em busca de mais conforto, muitos consumidores também sentiram a necessidade de procurar um novo imóvel, o que gerou um aquecimento no setor.

 

“Além disso, nos primeiros meses da pandemia, também houve escassez de matéria-prima devido à paralisação de alguns fabricantes de insumos. Tudo isso impactou na cadeia de produção, equipamentos e serviços ligados à construção civil gerando um aumento nos preços. O cálculo mensal do CUB médio, que está embutido no valor das parcelas dos imóveis em construção, automaticamente refletiu esse cenário”, destacou Penteado.

 

Índice Nacional também é levado em consideração

 

Rodrigo reforça que, num contrato de compra de imóvel em fase de construção, o CUB médio é uma das referências usadas para calcular o reajuste das parcelas. “Trata-se de um índice regional, que é calculado mensalmente pelo Sinduscon de cada Estado, com base nos custos da obra na sua região”, reforça.

 

Vale destacar que o reajuste das parcelas de imóvel adquirido na planta também leva em consideração o INCC-M – Índice Nacional da Construção Civil. Este dado é mensurado pela Fundação Getúlio Vargas e leva em conta o custo da construção civil em todo o Brasil. O último relatório divulgado pela Instituição, no dia 23 de dezembro de 2021, mostrou que o índice nacional também apresentou queda mensal de 0,71%, em novembro, para 0,30% em dezembro. A alta acumulada em 2021, foi de 14,03%.

 

Foto: Marcos Porto

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